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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Plano Municipal de Educação de São José do Rio Preto: Do sonho ao pesadelo.


A determinação legal da Lei Federal nº 13.005/14 (Plano Nacional de Educação) sancionada pela Presidência da República há dez meses – 25 de junho de 2014 - obriga os Estados e Municípios a elaborarem seus respectivos Planos Estaduais e Municipais em um prazo de um ano. Portanto, temos apenas 2 meses para que o Plano Municipal de Educação se torne uma lei municipal com o respectivo trâmite na câmara e sansão do prefeito municipal.
Em nosso município a secretária da educação, optou de forma autocrática por fazer o Plano Municipal (PME) após o Plano Nacional (PNE) ser aprovado, ainda, com início formal através da Portaria Conjunta N° 1 de agosto de 2014, na qual nomeia profissionais com cargos comissionados e de confiança e quatro supervisores de ensino da diretoria estadual de ensino.
Esta comissão, sem estabelecer de forma transparente regras comuns de como o grupo iria proceder (metodologia) para dar conta de realizar a tarefa proposta pela portaria, convidou alguns sindicatos, membros do ensino superior e da educação profissional (SESI, SESC ), deixando os maiores interessados de fora, ou seja, os segmentos da educação ( professores, funcionários, diretores, coordenadores, supervisores, pais e alunos).
A partir de fevereiro deste ano esta comissão realizou reuniões “secretas” a cada segunda-feira para fazer a adequação do PNE ao PME. Infelizmente o resultado do trabalho foi uma cópia do PNE com poucas adaptações. Não houve preocupação em discutir sobre as concepções de educação, de ensino, de avaliação, etc. embutidas no Plano. Ao final do mês de março disponibilizaram as dez (10) primeiras metas para serem discutidas pelas escolas e apresentarem contribuições até dia 10/04/2015.
Segundo o Comunicado Conjunto SME/DRE Nº 01/2015, de 16/04/2015, o documento completo das 20 metas e estratégia estaria em consulta pública para o encaminhamento das contribuições das escolas e sociedade civil até dia 30 de abril, mas, somente em 07 de maio foi marcada a primeira audiência pública para apresentação do documento final.
Neste contexto, pelo andar da carruagem, não haverá nenhuma outra audiência ou mesmo possibilidade de discussão sobre os rumos da educação no município. Entretanto, entendemos que planejar a educação é em parte planejar a cidade, a nação, levando em consideração onde estamos e a onde queremos chegar, ainda, é dar transparência aos atos públicos e possibilitar a participação democrática de TODOS os interessados, isto é os que fazem a educação (trabalhadores da educação) e os que usufruem dela (a sociedade riopretense em geral).
Neste momento, típico de uma administração autocrática, o que nos cabe é conversar e solicitar aos vereadores para que as emendas e propostas encaminhadas sejam contempladas.
Infelizmente, em nosso município, vivenciamos uma política de mordaça e de autoritarismo, atitudes próprias de um governo de centro-direita que está mais preocupado com as reformas que vão atender aos interesses do empresariado e não dos trabalhadores ou da Educação de Qualidade que almejamos.
Essa prática administrativa vai na contramão da legislação que determina (Lei Municipal nº9.572 de 19 de dezembro de 2005) a constituição de um Fórum Municipal de Educação para coordenar a elaboração e o acompanhamento do PME. Decepcionante para os trabalhadores da educação a postura da secretária municipal de educação que optou por instituir uma comissão formada pela maioria de membros comissionados e com cargos de confiança, contrariando também o Conselho Municipal de Educação que pontua a necessidade da realização de uma conferência municipal de educação. Assim, de forma autoritária é nos imposto apenas uma audiência (16/05/2015 das 9 às 12 horas) para dar um ar de participação que foi negada a todos os que realmente estão envolvidos e interessados como os pais, os alunos, os professores, os diretores, os coordenadores e supervisores de ensino.
Por fim, constatamos que é a manutenção e ampliação dos interesses do grande capital que acabam ditando a agenda política dos administradores públicos, direcionando a aplicação dos recursos constitucionais da educação. Esses recursos já são carimbados, ou seja, destinam-se à manutenção e o desenvolvimento da educação básica. Entretanto, o como este recurso está sendo aplicado não está no sentido de garantir as condições mínimas para a realização de uma educação de qualidade em nosso município. Entendemos que o sonho de uma Educação de qualidade no município, para alunos e trabalhadores da educação,  tornou-se pesadelo perante inúmeras constatações que que a ATEM tem oficializado aos órgãos competentes e através de seus boletins informativos.
Queremos voltar a ter esperança, para isso agimos e contamos com o apoio da sociedade neste momento crucial que se delineia o futuro educacional de São José do Rio Preto para os próximos dez (10) anos.

ATEM (Associação dos Trabalhadores em Educação Municipal)

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