FAPESP, 31/07/2013
O governador Geraldo Alckmin (PSDB)
nomeou em 29/07 seis novos integrantes para o Conselho de Educação (CEE) de São
Paulo, para um mandato de três anos. A mudança mexe com 25% nos nomes, mas
pouca coisa muda no perfil do órgão (veja abaixo).
O decreto sobre o tema dá mais
um mandato no cargo ao secretário-adjunto de Educação, João Cardoso Palma
Filho, e a Hubert Alquéres, vice-presidente do Bandeirantes, colégio privado da
capital.
Dos seis novos nomeados, dois também
têm perfil considerado empresarial, segundo classificação da Fepesp. São eles:
Jair Ribeiro da Silva Neto, diretor ‘co-presidente’ do Banco Indusval &
Partners e fundador da Associação Parceiros da Educação; e Silvia Figueiredo
Gouvêa, uma das donas da escola Lourenço Castanho.
Os demais conselheiros que passam a
integrar o órgão são: Francisco Antonio Poli, presidente da Udemo; Bernadete
Angelina Gatti, professora aposentada da USP e atual pesquisadora da Fundação
Carlos Chagas (FCC); Laura Margarida Josefina Laganá, diretora superintendente
do Centro Paula Souza (responsável pelas ETECs e Fatec’s mantidas pelo governo
estadual); A última indicada, Priscila Maria Bonini Ribeiro, é secretária de
Educação de Guarujá e presidenta da Undime (Região Sudeste), mas fez carreira
na Unaerp.
Os novos conselheiros tomarão posse
em 07/08, durante reunião do CEE. Deixam o Conselho de Educação: Arthur Fonseca
Filho, Décio Lencioni Machado, Milton Linhares e Sérgio Tiezzi Júnior (setor
privado); Angelo Luiz Cortelazzo e Nina Beatriz Stocco Ranieri (setor público).
Empresários e…. mais
empresários
A troca de um quarto dos 24
conselheiros anunciada pelo governo paulista não muda o perfil empresarial do
CEE. Levantamento da Fepesp mostra que 58% dos conselheiros são ligados aos
dirigentes do setor privado (escolas, faculdades, Fiesp, ONGs, bancos,
consultorias), 29% têm laços com a rede pública e 12,5% dos conselheiros têm
ambos os perfis.
Em maio do ano passado, no primeiro
levantamento, os três setores representavam 67%, 25% e 8%, respectivamente. De
lá pra cá, houve troca de dez nomes, mas com pouquíssimo reflexo no peso dos
três setores.
A escolha dos conselheiros de
educação está nas mãos do governador, que se baseia em legislação feita durante
a ditadura. Pela lei estadual 10.043, de 1971, que criou o CEE, seus
integrantes serão escolhidos entre “pessoas de notório saber e experiência em
matéria de educação, observada a devida representação dos diversos graus de
ensino e a participação de representantes do ensino público e privado”.
Em março de 2012, um projeto de lei –
PL 108 – foi apresentado na Assembleia Legislativa com o objetivo de
reorganizar o Conselho e dar à sociedade o direito de indicar a maioria dos
conselheiros. Para os autores, deputados Geraldo Cruz e Simão Pedro Chiovetti
(ambos do PT), se aprovada, a proposta democratizará o órgão.
O projeto passou pelas comissões e
chegou até o plenário em
novembro. Na época, poderia ter sido votado, mas saiu de
pauta, pois não teria o apoio da maioria governista para aprovação.
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